O fim do mundo

03/09/2014

Em tom apocalíptico, o filme mostra uma família lutando pela sobrevivência, apavorada pelo perigo que vem de fora. O “inimigo”, que nunca é mostrado, vai se revelando pouco a pouco. Para eles, é  tão perigoso que o filho do casal teve que ser colocado em uma caixa, isolado de todos, de onde é educado pelo pai, que lhe mostra imagens de mulheres seminuas pela pequena abertura. O “perigo” são os gays que, na opinião deles, tomaram conta da sociedade irlandesa e que, no enredo do filme, podem até se casar, vivendo como uma família igual a eles. E se os contaminassem? O filme termina com um vizinho batendo na porta e deixando compras de supermercado em sua porta. Do lado de fora, a vida segue normal. E é essa a moral da história. O que muda com a permissão para que todos possam se casar? Absolutamente nada. A campanha é da LGTB Noise, produzida pela Like Minded Productions.

Na Irlanda ainda não pode mas no Brasil já é permitido desde 2013 graças a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça. A Resolução n. 175 impede os cartórios brasileiros de se recusarem a converter uniões estáveis homoafetivas em casamento civil. E, segundo o CNJ, “ao menos mil casamentos homoafetivos foram celebrados no País nos últimos 12 meses. Casamento e união estável geram diferentes direitos. Em uma união estável, parceiros só adquirem direito à divisão de bens após período mínimo de convivência. No casamento, o direito é imediato, ainda que o enlace tenha terminado horas depois. O casamento também modifica ostatus civil dos envolvidos para casado; já a união estável não gera modificação no status civil.”