A pior forma de começar a vida

05/01/2016

O mundo vem testemunhando a maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial. Em 2015, mais de um milhão de vítimas de guerras civis, pobreza e outras formas de violação dos direitos humanos em países como Síria, Afeganistão e Iraque desembarcaram em países europeus, sendo 82% na Grécia.Segundo a Unicef, no meio de todos esses conflitos nasceram mais de 16.6 milhões de crianças – um em oito de todos os nascimentos no mundo.

Existe uma forma pior para começar a vida? É com essa provocação que o órgão das Nações Unidas lançou Born Into Danger (nascidos no meio do perigo, em português), um filme gravado na África que busca sensibilizar a população mundial para a realidade dessas crianças. O filme, que está sendo veiculado em diversas plataformas e em mais de cinco idiomas, mostra um jovem casal que se prepara para ir ao hospital ter seu primeiro filho. Mas no decorrer da trama, os desafios enfrentados por pais e filhos em meio à guerra são revelados. No final, o filme questiona: “Você pode imaginar o seu filho ter nascido em uma zona de conflito ? Em 2015 esta foi a realidade para mais de 16 milhões de bebês”.

O diretor executivo da UNICEF, Anthony Lake, revela que a cada dois segundos , um recém-nascido respira pela primeira vez em meio ao conflito, muitas vezes em circunstâncias terríveis e sem acesso a cuidados médicos. “Muitas crianças estão agora começando suas vidas em circunstâncias extremas – de conflitos armados à desastres naturais, pobreza, doença ou desnutrição”, complementa Anthony.

Ainda de acordo com o órgão, crianças nascidas nessas circunstâncias tendem a desenvolver problemas emocionais e cognitivos além de se tornarem mais propensos a morrer antes dos cinco anos do que as crianças nascidas em outros lugares. A agência da ONU afirmou em seu site oficial que a tendência é que em 2016 o número de bebês nascidos em zonas de conflito aumente para 16,7 milhões.