O fim dos carros

11/12/2017

No Reino Unido, estima-se que a poluição causadas por veículos automotores cause  40 mil mortes precoces por ano  – cerca de 10 vezes mais pessoas mortas por overdoses de drogas. Por isso, o governo decidiu proibir a venda de carros e vans a gasolina, álcool ou diesel – inclusive os híbridos – a partir de 2040. A ideia é tira-los de circulação até 2050.

A justificativa? O dano irreversível que causa aos pulmões das crianças enquanto ainda estão se desenvolvendo. O risco aumentado de aborto espontâneo para mulheres grávidas. O ciclo vicioso da poluição do ar gerando mudanças climáticas, o que aumenta os níveis de poluição do ar independentemente de outros fatores. Mas se livrar da dependência do carro ainda é um enorme tabu. Um relatório divulgado pela British Lung Foundation, sugere que as doenças pulmonares em hospitais na Inglaterra e País de Gales aumentaram três vezes.

Não é uma decisão isolada. Na verdade, é tendência. No início de julho, a França já tinha feito a mesma promessa. A Índia e a Alemanha querem se livrar dos motores a combustão dez anos antes (2030) e na Noruega, a medida entra em vigor em 2025.

Pelo menos 11 cidades anunciaram que vão proibir os veículos a diesel em menos de 10 anos – Londres, Madri, Paris e Bruxelas estão entre elas. Também outras cidades já têm ou vão ter restrições à circulação de carros poluentes.  Estas iniciativas podem forçar o mercado e a indústria a tomar uma atitude ainda mais cedo. Uma pesquisa  da Universidade de Stanford dos Estados Unidos aponta o fim da fabricação de veículos com motores a combustão a partir de 2025, incluindo o transporte coletivo. A publicação diz que o mercado inteiro será substituído pelos mais eficientes carros elétricos e modelos autônomos sob demanda.

A América Latina poderia evitar a morte de dezenas de milhares de pessoas, além de economizar mais de US$ 60 bilhões, caso mudasse a sua atual frota de ônibus urbanos e táxis por veículos elétricos. A recomendação é da ONU Meio Ambiente. Muito pelo contrário. Segundo os cálculos, a frota veicular na América Latina segue crescendo aceleradamente e é estimado que possa triplicar nos próximos 25 anos, sendo a maior taxa de crescimento a nível global.

O Brasil ainda não fez planos para acabar com o veículos movidos à combustão ou a redução de fabricação de automóveis que usam combustíveis fósseis.

Com informações The Guardian e DW.