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Misoginia

 

Lugar de mulher é onde ela quiser

 

Online ou offline, mulheres sofrem com o machismo diariamente.

Assédio, ódio declarado, incitações a estupro, nudez vazada, pornografia de vingança e discursos travestidos de “piada” são só um aperitivo do que representa a misoginia – nome dado ao ódio e à aversão às mulheres – tanto nas redes quanto fora delas.

A misoginia, assim como acontece com outras intolerâncias, ganha proporções muito maiores no meio digital, pois existe uma linha muito tênue entre o que é liberdade de expressão e o que se torna discurso de ódio. Ao mesmo tempo que a internet dá mais espaço para que as pessoas digam o que querem, ela também escancara a desigualdade de gênero existente em todas as esferas da sociedade.

A MISOGINIA, ASSIM COMO ACONTECE COM OUTRAS INTOLERÂNCIAS, GANHA PROPORÇÕES MUITO MAIORES NO MEIO DIGITAL

 O bom de tudo isso é que, enquanto alguns procuram difundir e ridicularizar mulheres web afora, elas estão usando o espaço para dialogar, debater e promover grupos de discussão, ajudando umas às outras. Hoje é muito mais fácil encontrar páginas feministas (“feminista”, sim, isso não é palavrão) e iniciativas de auxílio a mulheres nas mais variadas redes sociais. Afinal, a luta contra o machismo vai bem além da tela do computador.

Em maio de 2016, o presidente interino do Brasil, Michel Temer,anunciou um ministério composto apenas por homens. Nada de novo sob o sol, não faltaram comentários machistas na internet:

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Fonte: http://azmina.com.br/2016/05/os-10-comentarios-mais-machistas-da-internetsobre-os-ministerios-de-temer/

 

  DADOS COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE MISOGINIA

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

 

 

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Mais de 80% dos casos de intolerância contra mulheres são visíveis, mostrando como vem sendo corriqueiro menosprezar a figura feminina explicitamente nas redes sociais.

 

 

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O gráfico mostra que a maioria dos comentários se refere a mulheres na forma abstrata, mas uma boa parte também se refere a pessoas reais.

 

 

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Registramos mais de 10% de menções positivas quando o assunto é misoginia, mostrando uma alta taxa de pessoas que visam criticar comentários que depreciam as mulheres.

A soma das menções positivas totaliza mais de 10%, um grande número se compararmos com outras intolerâncias. Há uma grande discussão sobre esse tema e uma forte reflexão sobre o comportamento machista presente em nossas relações cotidianas.
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A misoginia é uma das intolerâncias que mais são disfarçadas em formatos invisíveis, normalmente como piada. O grafo demonstra como o cenário intolerante perde força quando não há disseminação de menções, tornando- se aleatório e pouco relevante, dando destaque para comentários tolerantes, como está demonstrado acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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Já no segundo período registramos uma grande concentração de comentários (ponto 1), todos gerados por um post falando sobre tolerância e a desconstrução de padrões machistas e generalistas, como você pode notar nos comentários acima.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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