Eles serão como você

23/10/2017

A violência doméstica deixa marcas profundas mesmo quando a criança não é a vítima. O adulto que se tornarão dependerá de suas experiências na infância.

Cada uma das três imagens apresenta o topo da cabeça de uma criança. Em vez de cabelo ou pele, o crânio foi removido para revelar um cérebro. Lá, gravados nas dobras, são os contornos de um homem atacando uma mulher. “Uma vez que vêem, permanece com eles”, “Nem todas as cicatrizes são visíveis”, “Algumas feridas nunca se curaram”, diz o terceiro.

Os anúncios promovem a fundação Joe Torre Safe At Home, uma instituição sem fins lucrativos que ajuda a combater os efeitos a longo prazo do abuso doméstico por meio da educação, conscientização e programas voltados para crianças vítimas de violência.

A agência Gyro, de NY, criou a campanha pro bono.

“As crianças que testemunham violência doméstica são mais propensas a se tornarem vítimas ou abusadoras como adultos”, reforça a mensagem da campanha.

No Brasil

Uma pesquisa inédita feita pela Universidade Federal do Ceará em parceria com o Instituto Maria da Penha revelou que as mulheres vítimas de violência doméstica chegam a faltar ao trabalho dezoito dias por ano por incapacidade física e psicológica ou para realizar tratamentos.

A pesquisa ouviu dez mil mulheres em todos os estados do Nordeste e o resultado mostrou que a violência doméstica tem impacto negativo na vida profissional das vítimas. Elas chegam a ficar 50% menos tempo empregadas em comparação com as mulheres que não sofrem violência. Até os salários são afetados. As mulheres agredidas podem ganhar até 34% menos. Veja mais aqui.