Não é coisa de homens

30/03/2017

Como parte de uma campanha contra o assédio sexual, o Metrô da Cidade do México instalou um assento diferente em um de seus trens. Embaixo de um aviso “exclusivo para homens”, o banco é do mesmo tamanho e cor que o resto mas com uma grande diferença: é moldado na forma de um dorso masculino, incluindo coxas e um pênis.

No chão um outro aviso (em espanhol) diz : “sentar aqui é desconfortável, mas não é nada comparado com a violência sexual que as mulheres sofrem em seus deslocamentos diários. ” E uma estatística alarmante: 9 em cada 10 mulheres na Cidade do México foram vítimas de algum tipo de violência sexual no transporte público.

O vídeo faz parte da campanha #NoEsDeHombres, que combate o assédio sexual no transporte público mexicano. O segundo vídeo da campanha também provocou impacto nos mexicanos. A mesma equipe projetou, em tempo real, imagens das nádegas dos passageiros em todo o circuito interno do Metrô. No final, a mensagem: “milhões de mulheres passam por isso todos os dias”.

Subnotificação

De acordo com o Sistema de Transporte Coletivo (STC) – Metro,  o objetivo da campanha é aumentar a conscientização sobre a violência sexual de que as mulheres são submetidas durante seus trajetos na Cidade do México.

Em 2016, 671 casos de assédio sexual foram registrados no STC – Metro. Entretanto, na maioria dos casos (359) as mulheres não levaram adiante as queixas. O assédio é, historicamente, um dos crimes com mais subnotificação. Envergonhadas com a situação, muitas vítimas simplesmente não fazem o registro da ocorrência.

No Metrô de São Paulo, em 2016, foram mais de quatro casos, em média, por semana. Se forem considerados os últimos quatro anos, o número de boletins de ocorrência registrados por estupro, ato obsceno, importunação ofensiva ao pudor e estupro de vulnerável avançou 850%. Entre 2013 e 2016, as denúncias saltaram de 23 para 219 em ônibus municipais, trens da Companhia do Metropolitano (Metrô) e da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM). Em 2016, foram 188 relatos em trens e 31 em ônibus.

Com informações UOL e Metro México.