Olhos bem abertos

03/05/2017

Só porque você não vê não significa que não acontece. Mantenha seus olhos bem abertos e proteja crianças e adolescentes da exploração e abuso sexual. Disque 100 e denuncie. Este filme da Childhood Foundation será exibido no telão da Fiesp na Avenida Paulista até o dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças.

Também está no ar  uma adaptação do filme sueco Resekurage.se da campanha assinada pelo Conselho de Estocolmo, Polícia da Suécia e World Childhood Foundation. Voltado para o setor de turismo, está em exibição na rede Atlantica Hotels, parceira da ChildhoodBrasil, instituição fundada pela rainha Silvia da Suécia, de nacionalidade brasileira.

As peças divulgam a #EyesWideOpen, que faz parte da campanha mundial.

Como identificar

Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que 70% das vítimas de estupro do país são menores de idade.
Segundo dados do Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e do Sistema Único de Saúde, mais de 120 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes foram registrados no país entre 2012 e 2015 – o equivalente a pelo menos três ataques por hora. De acordo com Heloísa Ribeiro, diretora executiva da ONG Childhood Brasil, em entrevista à BBC Brasil, existem sinais de que a criança pode estar sofrendo abusos. A gente reproduz as dicas publicadas:

  • Mudança de comportamento – O primeiro sinal a ser observado é uma possível mudança no padrão de comportamento das crianças. Segundo Ribeiro, esse é um fator facilmente perceptível, pois costuma ocorrer de maneira repentina e brusca.
  • Proximidade excessiva – Apesar de, em muitos casos, a criança demonstrar rejeição em relação ao abusador, é preciso usar o bom senso para identificar quando uma proximidade excessiva também pode ser um sinal.
  • Regressão – Outro indicativo apontado pelas especialistas é o de recorrer a comportamentos infantis, que a criança já tinha abandonado, mas volta a apresentar de repente. Coisas simples, como fazer xixi na cama ou voltar a chupar o dedo. Ou ainda começar a chorar sem motivo aparente.
  • Segredos – Para manter o silêncio da vítima, o abusador pode fazer ameaças de violência física e promover chantagens para não expor fotos ou segredos compartilhados pela vítima.
  • Hábitos – Uma criança vítima de abuso também apresenta alterações de hábito repentinas. Pode ser desde uma mudança na escola, como falta de concentração ou uma recusa a participar de atividades, até mudanças na alimentação e no modo de se vestir.
  • Questões de sexualidade – Um desenho, uma “brincadeira” ou um comportamento mais envergonhado podem ser sinais de que uma criança esteja passando por uma situação de abuso.
  • Questões físicas – Há também os sinais mais óbvios de violência sexual em menores – casos que deixam marcas físicas que, inclusive, podem ser usadas como provas à Justiça. Existem situações em que a criança acaba até mesmo contraindo doença sexualmente transmissível.
  • Negligência – Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência.

Caso identifique um ou mais dos indicadores listados acima, o melhor a se fazer é, antes mesmo de conversar com a criança, procurar ajuda de um especialista que possa trazer a orientação correta para cada caso.