Sem harmonia

29/01/2018

Com racismo não há harmonia possível em uma sociedade moderna, que tem evoluído para buscar a inclusão como meta. É esta a ideia por trás do conceito da campanha contra o racismo da Bridge Music Academy, uma conceituada escola de música de Nova Delhi (Índia).

Criada por Dentsu Webchutney, a campanha ‘The Racist Cover’ demonstra os efeitos negativos do racismo de forma simples, usando a música. A campanha é apoiada por Culture Fox, uma comunidade indo-européia de arte e viagens.

No filme, o pianista mais rápido do mundo, Aman Bathla interpretou a popular música do Titanic My Heart Will Go On sem as teclas pretas. A música não era nada como a música original. Não precisa nem explicar mais nada. Simplesmente a canção fica incompleta, desconfortável.

“O racismo divide, a música se une. Para mostrar os efeitos do racismo, criamos um teclado especial que representa o nosso mundo prejudicado pelo racismo. Assim como nosso mundo que não tem lugar para as minorias, nosso teclado não tinha lugar para as teclas pretas. Apenas as brancas”, explica a descrição do filme do canal da Bridge no YouTube.

Experimento social

A campanha integrada foi lançada através de uma experiência social realizada nos alunos da Bridge Music Academy em dezembro. Como parte do experimento, as crianças da faixa etária de 10 a 12 anos foram convidadas a tocar uma música famosa (Black or White, de Michael Jackson). Na primeira tentativa, elas tocaram uma partitura propositalmente modificada – sem usar as teclas pretas – e depois a partitura correta. As crianças ficaram chocadas ao descobrir a diferença entre as melodias.

No YouTube, a descrição do filme reforça: “o racismo é algo que você aprende. Não é algo com o qual você nasceu. As crianças são a nossa melhor esperança na luta contra o racismo. Se os ensinarmos direito, eles podem criar um mundo melhor”.