Simpatia para o amor

17/05/2017

Lançada na véspera do Dia Internacional Contra a Homofobia (17 de maio) o novo comercial da  campanha para o Dia dos Namorados da Natura escolheu mostrar um casal de meninas para celebrar toda forma de amor.  O filme “Simpatia para amarrar o seu amor” trata o amor delas de uma forma leve, casual, como deve ser.

O comercial foi transmitido pela primeira vez ontem durante o intervalo da novela da Rede Globo A Força do Querer e foi elogiado pelos consumidores. No Facebook, a campanha viralizou e teve cerca de 3 mil compartilhamentos em 24 horas, mais de 600 mil visualizações.

É um contraponto positivo à rotina de preconceito e violência que muitas pessoas sofrem em função de sua orientação sexual. E foi tema de uma reunião especial de grupo de especialistas* da ONU em direitos humanos, que aproveitou para fazer um apelo especialmente focado na proteção de crianças e de adolescentes trans, para que não sofram “discriminação, exclusão, violência e estigma”.

Leis de proteção

A principal recomendação aos governos de todo o mundo é para que adotem leis protegendo direitos, respeitando a diversidade de gênero, e permitindo que essas pessoas alcancem todos os seus potenciais. Os especialistas da ONU também destacaram que as famílias “têm papel crucial em criar um ambiente seguro e amoroso para crianças e adolescentes trans”. Mas os relatores lamentam que ainda exista muito estigma, com muitos desses jovens sendo “rejeitados”.
As crianças correm risco de violências física, sexual ou psicológica, incluindo crimes cometidos em nome da “honra”. Segundo os especialistas, os menores de idade e jovens trans estão mais suscetíveis a sofrer intimidações e exclusão nas salas de aulas, nos playgrounds e nos banheiros, além de ameaças na internet (cyberbullying).

Suicídio

Eles lembram que muitos adolescentes e crianças trans acabam sofrendo isolamento e depressão, que podem levar ao suicídio.
No Dia Internacional contra a Homofobia, o grupo pede aos países a adoção de “medidas que proíbam a violência, e para que desenvolvam currículos, materiais de estudo, treinamento e apoio de professores e pais sobre acesso não-discriminatório em banheiros e promoção do respeito à diversidade de gênero”. Em vários países, os transgêneros não podem ser reconhecidas legalmente pelo gênero que escolheram, o que leva a “violações de direitos humanos nos setores da educação, da saúde e do emprego”.

Assinam a nota o Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança; Comitê da ONU sobre a Tortura; Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos; Conselho Europeu; Comissão Africana sobre Direitos Humanos;Philip Alston, relator especial da ONU sobre extrema pobreza; Koumbou Boly Barry, relatora especial da ONU sobre direito à educação; Vitit Muntarbhorn, especialista independente sobre proteção contra a violência baseada em orientação sexual;Dainius Puras, relator especial da ONU sobre o direito à saúde; Dubravka Simoboviae, relatora especial da ONU sobre violência contra as mulheres e o Grupo de Trabalho da ONU sobre a Questão da Discriminação contra Mulheres na Lei e na Prática.