Só crianças

22/01/2018

Duas publicitárias – e mães – norueguesas se cansaram da visão estereotipada das grandes confecções ao distinguir o que seria adequado para meninos e meninas vestirem. A campanha Just Kids (apenas crianças) botou a criançada para usar roupas como se fossem unissex. O que se vê é uma composição divertida como, aliás, devia ser a moda infantil.

As criativas Ingrid Lea e Torny Hesle bolaram a campanha e o hotsite para ilustrar o sexismo na moda infantil. Segundo elas, essa distinção de cores e personagens foi inventado pela indústria da moda, causando um impacto artificial na identidade de gênero das crianças – afinal, essa história de azul ser coisa de menino e rosa de menino é invencionice recente do  marketing.

A definição das cores “certas” para cada gênero surgiu só no início do século 20. Aliás,  era o inverso da atual: catálogo de roupas dos EUA de 1918 dizia que o rosa, por ser mais forte, era adequado aos garotos. E o azul, por ser delicado, às garotas. Foi só entre 1920 e 1950 que as lojas começaram a sugerir azul para eles e rosa para elas, como forma de agitar as vendas. Essa imposição social tem sido reforçada desde então. Até o fim do século 19, crianças pequenas de ambos os sexos usavam vestidos, que facilitava os movimentos e a higiene.

A campanha norueguesa foi direcionada à empresa de moda H & M, que este mês enfrentou uma acusação séria de racismo por usar uma criança negra como modelo para a camiseta onde se lia   “Macaco mais legal na selva”.

Ingrid Lea e Torny Hesle

 

 

Veja as fotos da campanha abaixo.