O jeito certo

12/02/2016

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A legalização da maconha é a capa desta semana da sisuda The Economist. O título, que aponta os aspectos positivos da legalização da maconha, pode ser traduzido como “A maneira certa de lidar com as drogas” (embora a intenção do editor é o trocadilho com o verbo, que também pode significar preparar). A revista, uma das mais influentes publicações sobre economia do mundo, aproveita para reiterar que é a favor da legalização, que considera o começo do fim da “guerra fútil” contra a maconha.

Atualmente a maconha gera a metade dos US $ 300 bilhões do mercado de narcóticos ilegais e é consumida, clandestinamente, por 250 milhões de usuários. “Legalizar priva o crime organizado da sua maior fonte de renda, ao mesmo tempo protege e torna “honestos” os consumidores, que muitas vezes são tratados como criminosos. De acordo com a revista, a legalização trouxe à tona vários desafios para a sua regulação que vão desde a cobrança de impostos à  fiscalização da qualidade do produto, sem contar os problemas de saúde que o consumo pode trazer. Por conta da similaridade com o tabaco e o álcool, a publicação aposta que a publicidade deverá ser bastante limitada assim como o uso de embalagens chamativas. A previsão de receitas para os governos que apostarem na legalização, favorecem o debate. Os cofres públicos da Califórnia recebem cerca de US$ 1 bilhão só com a venda da maconha.

Para as finanças do crime organizado, a legalização representa um duro golpe. A reportagem aponta que, mesmo com impostos altos (em Washington é 44%), a maconha baixou de preço no mercado negro porque 70% dos usuários preferem pagar mais por algo com melhor qualidade. Novos produtos, especialmente na área de alimentação, estão surgindo. E muitos empreendimentos econômicos também.

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A The Economist, aponta que desde que os eleitores da Califórnia decidiram legalizar a maconha para fins medicinais em 1996, 22 outros estados americanos já seguiram o exemplo. Um número deve chegar a 30 em um ano, segundo a revista. Vários países europeus já seguiram esse caminho e na America do Sul, o exemplo vem do Uruguai e da Colombia, que está prestes a legalizar. Na semana passada, a Austrália anunciou que deverá autorizar o uso medicinal.Em muitos lugares o debate já avançou para o uso recreativo da substância: 4 estados americanos (Colorado, Alasca, Oregon e Washigton), a Jamaica (tem caráter religioso), Espanha e o Uruguai (que deve lançar as vendas no varejo em agosto). No ano que vem, o Canadá deve liberar totalmente a maconha, atualmente permitida apenas para fins medicinais. É o primeiro país do G7 a tomar essa iniciativa.

Para ler as matérias completas confira aqui e aqui.