27/10/2016

Violência

Guerra em vez de escola.

Crianças que são soldados

27/10/2016

 

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Mais de 300 mil crianças vão para a guerra em vez da escola. Usadas nas fileiras dos conflitos armados, elas são usadas muitas vezes contra a vontade. E, mesmo depois de resgatadas, sofrem com reintregação à comunidade. O cartaz da Anistia Internacional pede ajuda para programas de ajuda às crianças-soldados em várias partes do mundo. No site, existem várias formas de ajudar a instituição que vão do trabalho de mobilização à ajuda financeira. A criação é da School of Visual Arts, New York, USA.

Não é um problema simples de resolver. Esta semana, a Unicef libertou 145 crianças-soldado por parte de dois grupos rebeldes no Sudão do Sul. A Unicef estima que cerca de 16 mil crianças combatem ou trabalham para grupos armados no Sudão do Sul, e inclusive no exército nacional. Em maio deste ano, as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram que as crianças-soldado das Farc deixarão a guerrilha, segundo acordo com o governo colombiano perante a ONU. De acordo com a Unicef, existem 8.022 crianças-soldados utilizados pelos paramilitares e grupos guerrilheiros.

Segundo a ONU, as crianças-soldado fazem parte das forças armadas e grupos armados em conflitos de cerca de 20 países em todo o mundo. No Afeganistão, por exemplo, as crianças continuam a ser recrutadas para as forças nacionais de segurança e pelos grupos de guerrilha. Em alguns casos são usados inclusive em atentados terroristas, como “crianças-bombas”. Nos territórios controlados no Iraque e Síria pelo Estado Islâmico, crianças pequenas são treinadas em ações militares.

Um relatório divulgado pelo Centro de Combate Terrorista, da Academia Militar West Point (EUA), em 2015, revela que o recrutamento infantil pelo Estado Islâmico alcançou níveis sem precedentes. Dentre os menores de 18 anos estudados pelo relatório, 51% morreram no Iraque, e outros 36% na Síria. Outras baixas aconteceram também no Iêmen, na Líbia e na Nigéria. A maioria das mortes (49%) foram em ações de explosões de veículos. Em seguida vem as operações terrestres, em combate, representando 33% das mortes de criança. E 4% morreram em atentados terroristas em que elas atuaram como suicidas foram.

Difícil readaptação

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Especialistas alertam que o recrutamento infantil para grupos armados tem outros efeitos sociais e danos psicológicos, principalmente devido à separação das suas famílias. A organização britânica War Child,  observa que muitos não conseguem mais se readaptar às suas comunidades, à educação escolar ou a um emprego.