A ausência do debate nas redes
Passamos do jornal para o rádio, em seguida, conhecemos a TV e agora estamos de frente com as infinitas possibilidades das redes sociais. Pontos positivos e negativos são debatidos sobre essa nova ferramenta de comunicação, mas um fato negativo não pode ser esquecido: as redes sociais trouxeram também o debate ainda mais superficial, sem muita profundidade, e, na maioria das vezes, em até 140 caracteres. O debate sobre lixo não ficou fora disso, a prova é o número expressivo de comentários neutros, somando 53,3% do total monitorado.
Muito do comportamento apresentado no dossiê reflete a conscientização do brasileiro sobre o tema. Quantas matérias ou opiniões você leu ultimamente sobre lixo? Alguém já lhe falou sobre a importância da compostagem ou sobre quanto a reciclagem é fundamental para a sustentabilidade do planeta? Exatamente, o fato é que temos pouco ou quase nenhum debate sobre o tema.
Nota-se que as pessoas costumam se manifestar sobre os problemas visíveis, como alagamentos, que somaram 48% das menções sobre problemas gerados pelo lixo.
Também aferiu-se do total monitorado que 16,5% do que se fala sobre lixo são piadas, quase ⅕ do estudo. Mais uma vez, registre-se que mais de 50% das menções são notícias e compartilhamentos. Ainda, quando se relata um problema, como pessoas que jogam lixo no chão, os comentários são vazios e demonstram revolta apenas com o comportamento momentâneo, nunca com uma visão macro do problema.
Nas redes, todo mundo é revoltado com lixo no chão, mas ninguém quer falar sobre o problema.
Além disso, quando buscamos o que era falado sobre reciclagem, descobrimos que 65,1% são comentários neutros, ou seja, compartilhamentos de notícias ou opiniões superficiais, como o lado decorativo, e não a sua importância na sustentabilidade. Outro dado importante é que 33,5% também foram de piadas sobre a reciclagem. Apareceram ainda 26,7% de notícias, e 27,6% são relativos aos posts de ideias sobre reciclagem, em sua maioria neutras.
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