Deficiência x mobilidade urbana
Pelo direito de ir e vir.
Total de menções captadas: 1.412.
O Brasil tem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. 45 milhões de pessoas que, como qualquer cidadão, têm o direito e a necessidade de ir e vir. A mobilidade não se trata só do tipo do transporte, mas também do planejamento urbano que propicia esse deslocamento. E são estes os dois fatores, o meio de transporte e o planejamento urbano, que aparecem como vilões para o cidadão deficiente brasileiro quando se pensa em acessibilidade.
Em dois meses, analisamos 1.607 posts nas redes sociais que falavam sobre a deficiência associada à mobilidade urbana. Os principais temas percebidos são a acessibilidade, o transporte público e a intolerância com o deficiente.
Os Jogos Paralímpicos Rio 2016 aconteceram dentro do período analisado, fazendo com que em setembro 30,4% das menções sobre a mobilidade e a deficiência viessem do Estado do Rio de Janeiro, seguidas por 21% vindas de São Paulo e 5,8% de Minas Gerais. No período anterior, agosto, eram 20,8% de São Paulo, 19,5% do Rio e 17,8% de Minas Gerais.
Abaixo, o mapa do Brasil e a divisão por Estados das postagens sobre a questão da deficiência e da mobilidade urbana no período de 5 de agosto a 5 de outubro.
Mapa de calor do Brasil
Nuvem de termos mais citados nas redes sociais sobre a questão da deficiência e da mobilidade urbana
Quando as pessoas mais falam sobre a questão da deficiência e da mobilidade urbana
Quarta e quinta-feira foram os dias em que as pessoas mais falaram sobre o tema nas redes sociais.
Média de menções por hora (média de agosto/setembro
No período analisado, as pessoas falavam sobre a questão da deficiência e da mobilidade urbana principalmente à noite, período em que coincide com o final da jornada diária das pessoas, no qual elas podem relembrar um fato marcante do dia e contá-lo na internet.
Sentimentos sobre a questão da deficiência e a mobilidade urbana
A maioria esmagadora dos usuários das redes citou a questão da mobilidade para o deficiente em forma de apoio e protesto, quase sempre citando situações em que a pessoa com deficiência tem seu direito de ir e vir prejudicado. As menções negativas se referem em sua maioria a situações em que o usuário acha (pasme!) que o deficiente atrapalha e atrasa o percurso.
Legenda:
Positivo: sentimento positivo das pessoas em relação à deficiência e à mobilidade.
Negativo: sentimento negativo das pessoas em relação à deficiência e à mobilidade.
Neutro: sentimento neutro das pessoas em relação à deficiência e à mobilidade.
Divisão das postagens sobre a questão da deficiência e a mobilidade urbana
Do universo total, 43% das menções coletadas e analisadas eram replicações de casos negativos em relação à acessibilidade das pessoas com deficiência, acontecimentos que as pessoas vivenciaram e trouxeram para as redes sociais. Também é maior o número de notícias negativas contra o de notícias positivas sobre o tema. Os textos mostravam, em sua maioria, o descaso com a acessibilidade das pessoas com deficiência.
Legenda:
História negativa: postagens espontâneas de usuários que relatam um ocorrido negativo sobre a mobilidade para a pessoa com deficiência.
História positiva: postagens espontâneas de usuários que relatam um ocorrido positivo sobre a mobilidade para a pessoa com deficiência.
Notícia negativa: notícias da mídia que relatam um ocorrido negativo sobre a mobilidade para a pessoa com deficiência.
Notícia positiva: notícias da mídia que relatam um ocorrido positivo sobre a mobilidade para a pessoa com deficiência.
Temas mais falados na internet sobre a questão da deficiência e a mobilidade urbana
A acessibilidade, principalmente de cadeirantes, foi o tema mais falado nas redes sociais quando analisadas as menções sobre a questão da deficiência e da mobilidade urbana, com 29,4%. Em seguida, apareceram os problemas enfrentados pelos deficientes para se locomoverem nos meios de transporte públicos – as menções sobre esse tema citavam a questão das rampas ou maquinários para cadeiras de rodas estarem quase sempre quebrados nos ônibus, com 22,9%. Também foram citados casos de motoristas que não param o ônibus para que uma pessoa com deficiência possa embarcar. A intolerância e/ou o preconceito dentro desse tema aparecem nas situações em que o usuário acha que as pessoas com deficiência atrapalham e atrasam o transporte público, ou que motoristas de carros aceleram enquanto alguém com dificuldade de locomoção atravessa a rua. A questão do piso tátil apareceu, principalmente, em postagens sobre o metrô, que cobravam a boa colocação desta ferramenta de acessibilidade.
Exemplos
Grafo de conexão dos posts
@brasil2016 – nó verde à esquerda.
@cyrusafa – nó verde à direita.
@jornaloglobo – nó verde no canto inferior esquerdo.
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