Conviver,
Aceitar
A ideia de debruçar-se sobre a intolerância como fenômeno crescente na sociedade brasileira e entender suas origens, causas e facetas surgiu após nos depararmos com casos que, dia após dia, reforçavam nossa crença de que a comunicação pode ser um agente transformador na vida das pessoas.
Manifestações de xenofobia, homofobia, racismo, misoginia, intolerância geracional, política, de aparência, classes sociais e de ciência são, antes de tudo, dificuldades de diálogo. Diálogo no sentido de troca de ideias que tenha por finalidade alguma forma de resolução, solução, encontro dos diferentes em favor de algo comum. A diversidade é fundamental e deve ser preservada, mas não há sentido em relacionar-se com outras pessoas se não houver interesse e finalidade comuns nessa troca.
A comunicação e o diálogo, que a cada dia recebem novos significados e nuances em tempos digitais, têm a ver com a empatia, com a aceitação, com a capacidade de imaginar-se no papel do outro. Afinal, não é isso o que mais queremos quando estamos diante do outro? Sermos compreendidos? É essencial entender que esse processo é uma mão dupla: aceitar para ser aceito, compreender para ser compreendido.
Nesse esforço diário, a tolerância é só o começo. Apenas suportar a presença e as escolhas dos outros parece muito pouco para uma sociedade que deseja evoluir. Aceitação e convivência são o objetivo final. Desejamos que esse esforço seja mais um passo nessa jornada.
Nesse sentido, apesar de termos usado e abusado do termo “intolerância”, cujo contrário é a “tolerância”, nós também queremos, com o devido respeito, ser intolerantes com a tolerância. Porque essa expressão remete à indulgência e à condescendência. Não é isso que se quer, nenhuma condescendência. Enfim, por que daqui pra frente não passamos a usar o termo “aceitação” no lugar de “tolerância”?
Comunica Que Muda by nova/sb
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