Homofobia
Para levar a vida em preto e branco?
Um homossexual é assassinado a cada 28 horas no Brasil. O País é líder no ranking de nações com mais registros de casos de homofobia no mundo todo. Segundo a ONG Safernet, responsável por ajudar no atendimento a vítimas de crimes virtuais, 15.141 denúncias de conteúdo homofóbico foram feitas em 2013. Nessa toada, os números só tendem a aumentar.
Em novembro do ano passado, o jovem Ramon Habitsenther, de 21 anos, teve o muro da própria casa pichado com a palavra “bichona”. Em resposta, Ramon fez um post em seu Facebook, no qual aparecia ao lado da pichação. Ele garantiu: “Sou bichona de marca maior!” a fim de mostrar que sua sexualidade não dava a ninguém o direito de ofendê-lo.

O ódio e a aversão a homossexuais e à homossexualidade têm nome próprio: homofobia, que envolve ofensas contra gays, lésbicas, transexuais e bissexuais. Os motivos para as práticas homofóbicas vão desde causas culturais e religiosas até inseguranças sobre a própria orientação sexual do agressor. Ao contrário do que acontece com pessoas com deficiência, os insultos aos LGBTs são facilmente identificados, já que esse preconceito ainda parece fazer parte de muitas culturas ao redor do mundo.
As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam necessariamente a real incidência da intolerância em relação à aparência no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.
Quatro quintos das menções intolerantes sobre o tema LGBT são visíveis, isto é, com real intenção de ofender. Apesar de as menções não serem direcionadas necessariamente para um membro assumido da comunidade, há a tentativa de desmoralização da vítima, atribuindo traços de homoafetividade, que culturalmente é tratado como algo negativo ou de baixa moral.
Mesmo que a vítima agredida não pertença à comunidade LGBT, necessariamente, a maioria das menções é destinada a pessoas reais, como figuras públicas (Jean Wyllys), discussões no Twitter ou “colegas” zoados nas redes sociais.
O gráfico mostra que a problematização sobre a intolerância LGBT é baixa (5,1%), mas sutilmente maior que outras formas de intolerância. A discussão e o apoio vêm da própria comunidade LGBT e de pessoas simpatizantes, que questionam os padrões normativos e as expressões mal-intencionadas.
A intolerância com a comunidade LGBT no meio digital não ficou devendo nada para o que já acontece na realidade – no pior sentido. No período, registramos muitos comentários dispersos, mas também dois grandes focos (ponto 1 e ponto 2) de disseminação intolerante, um visível e outro invisível, como ilustram os tweets acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
No segundo período, podemos notar o quanto usuários influentes podem ter papéis decisivos quando compartilham algo nas redes. No gráfico, estão dois grandes focos, ambos gerados por relevantes influenciadores (ponto 1 e 2), que deram dimensão muito maior para o tema no período, como mostram as menções acima.
Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.
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