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Considerações finais

 

 

Para este monitoramento da intolerância nas redes durante os Jogos Olímpicos, foram escolhidos os três tipos de preconceito mais presentes no contexto esportivo, pelo menos no que diz respeito ao meio digital. Assim, foram analisadas as menções referentes ao racismo, à misoginia e à homofobia.

De um modo geral, percebemos que durante as Olimpíadas o número de menções negativas diminuiu, talvez pelo fato de os Jogos despertarem um sentimento positivo, que não incentiva um comportamento intolerante e`m grande parte das pessoas. Isso pôde ser verificado principalmente para o racismo, que somou quase 40% de comentários negativos, número muito inferior ao registrado no Dossiê Intolerâncias nas redes: visíveis e invisíveis no mundo digitals, em que quase a totalidade de menções relacionadas ao preconceito racial foi intolerante, com mais de 97%.

Os outros dois temas monitorados também apresentaram índices menores de comentários negativos durante os Jogos, embora em menor escala. Para misoginia, foram registrados 84,5% de menções negativas, contra 88% no Dossiê. Homofobia teve 84,5%, contra quase 94% no Dossiê.

Destaca-se também um aumento considerável no número de menções positivas com relação à homofobia. Ainda que sejam minoria absoluta, registramos 16,8% de comentários defendendo e exaltando atletas homossexuais, o que já representou um avanço em relação aos 5% encontrados no Dossiê anterior.

Além disso, foi possível perceber que alguns esportes provocam uma onda maior de comentários para um tipo de intolerância específica. É o caso do vôlei, seja de quadra ou de praia, quando o assunto é misoginia. Ou ainda o rúgbi feminino, o vôlei masculino, a ginástica artística e os saltos ornamentais, com a homofobia.

Resumindo, o espírito olímpico pode até ter incentivado um comportamento um pouco menos intolerante nas redes, como foi observado principalmente na questão do racismo. Mas, ainda assim, as porcentagens de menções negativas foram altas, mostrando que temos um longo caminho a percorrer para reduzir os preconceitos no meio digital.

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