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Lugar de mulher

É jogando onde ela quiser

 

Misoginia

 

A grande maioria dos comentários misóginos é destinada ao vôlei, tanto o de quadra quanto o de praia, seja para exaltar a sexualidade das jogadoras ou para desmerecer suas capacidades esportivas por falta de algum atributo físico/sexual.

É surpreendente o número de menções do público feminino em relação aos atributos físicos das atletas. Os comentários podem ocorrer para exaltar seus atributos físicos de maneira neutra ou positiva, como “nossa, gostaria de ser gostosa como essa jogadora”; ou para desqualificar sua aparência, como “até eu tenho mais bunda que essa jogadora”.

Também foram captadas menções que objetificam atletas masculinos, vindo principalmente do público feminino, além do LGBTQ. Temos este comportamento principalmente em competições de vôlei e atletismo.

 

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Dados coletados nas redes sociais sobre misoginia

(DAS 18H DE 5/8/2016 ÀS 23H59 DE 21/8/2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

Número de menções captadas:

5.242

Nuvem de termos:

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Mapa de calor (Brasil):

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Os Estados com o maior número de menções são o Rio de Janeiro e São Paulo, assim como a Região Sudeste. As demais menções estão bem distribuídas pelo Brasil.

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A maioria dos comentários possui real intenção de objetificar a mulher, 87,9%, um número ainda maior que o revelado anteriormente pelo Dossiê Intolerâncias nas redes: visíveis e invisíveis no mundo digital, que apontou 82% das menções como explícitas. Somente 12,1% das menções não possuem a intenção de ofender ou reduzir a mulher, pois geralmente são comentários femininos sobre a beleza das atletas de maneira imparcial.

 

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A maioria dos comentários, 65,1%, é direcionada às atletas de forma genérica, como “as mulheres do vôlei” ou “as mulheres do atletismo”; se comparado aos números gerais de intolerância no Brasil, não significa grande diferença. Ainda, mais de um terço das menções, 34,9%, é direcionado a alguma mulher ou grupo de mulheres em específico.

 

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Se comparado aos números captados pelo CQM sobre intolerância geral no Brasil, percebemos uma queda acentuada nos comentários negativos, de 88% para 84,5%. Também registramos um salto grande nos comentários neutros, que não têm cunho ofensivo, de 1,6% para 13,8%.

Os números revelam como as mulheres sofrem com comentários misóginos, principalmente durante os Jogos, quando é dada muito mais importância para a aparência feminina do que para sua capacidade de competição.

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