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Muito além das fronteiras

 

Xenofobia

A crescente onda migratória dos últimos anos fez com que a xenofobia voltasse com força em todo o mundo, particularmente na Europa. Impulsionado pelo número cada vez maior de refugiados, que em grande parte fogem de conflitos armados e da miséria que assola países da África, Ásia, América e do Oriente Médio, o discurso de ódio contra estrangeiros tem ganhado muitos adeptos.

Apesar de não estar exatamente no centro de toda essa questão, o Brasil não foge à regra, com um enorme crescimento no número de casos de xenofobia nos últimos anos. Dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos, do Ministério da Justiça e Cidadania, mostraram um aumento de 633% nas denúncias de xenofobia no País apenas em 2015. As maiores vítimas foram haitianos, com 26,8%, e árabes, com 15,4%.

Como gritam os números, a chegada em massa de imigrantes haitianos foi o ponto de partida dessa explosão por aqui, mas eles não são as únicas vítimas. Pessoas de outros países também já relataram agressões, especialmente latino-americanos, africanos e árabes. Além disso, temos no Brasil uma espécie de xenofobia interna, com o discurso de ódio regional sempre presente, principalmente contra nordestinos

 

 

TEMOS NO BRASIL UMA ESPÉCIE DE XENOFOBIA INTERNA, COM O DISCURSO DE ÓDIO REGIONAL SEMPRE PRESENTE, PRINCIPALMENTE CONTRA NORDESTINOS.

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DADOS COLETADOS NAS REDES SOCIAIS SOBRE XENOFOBIA

(ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2016) MONITORAMENTO BY TORABIT

    

As proporções mostradas nesse mapa de calor não revelam a real incidência de intolerância no Brasil, já que ele também é afetado pela densidade de pessoas com acesso à internet no País.

 

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A maioria das menções captadas mostra uma intolerância visível, em que a pessoa é discriminada abertamente de acordo com seu local de origem. Comentários que relacionam árabes a bombas e a frase “japonês é tudo igual” são constantes.

 

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A xenofobia expressa nas redes demonstra ser um pouco mais real do que abstrata, demonstrando casos de intolerância regional, étnica e xenófoba.

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Apesar de os comentários serem majoritariamente negativos, encontramos mais de 12% de comentários positivos, indicando que muitas pessoas problematizam esse tipo de intolerância nas redes.

 

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O cenário xenófobo digital no Brasil não tem tanta relevância como no exterior, e é mais incidente em regiões específicas, como o Nordeste. Por isso o grafo da intolerância é totalmente disperso e sem grandes concentrações.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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O segundo período reforça a ideia de que os comentários xenófobos são raros e avulsos. As pequenas concentrações são, na maioria das vezes, desconstruindo comentários preconceituosos.

Os pontos de conexões não analisados tiveram suas menções de origem apagados pelas redes sociais, devido seu teor ofensivo antes da nossa captura.

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