Ainda considerado tabu para algumas pessoas e famílias, a doação de órgãos é o foco da ação de intervenção urbana “Homens de Gelo”, realizada pelo Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Os pedestres que circularam na última sexta-feira (27) pelas ruas do centro de São Paulo, na região do Vale do Anhangabaú, se depararam com esculturas de homens de gelo em medidas reais com órgãos feitos de acrílico vermelho inseridos dentro delas.
A ideia, desenvolvida pela DM9DDB, é mostrar que as estruturas de gelo derretem gradativamente, deixando intactos apenas os órgãos de acrílico. Numa analogia ao que acontece com os órgãos que podem ser doados e a possibilidade de continuidade da vida com a doação. A ação também ocorreu na quinta-feira (26), nas ruas próximas ao teatro Municipal da cidade.
Segundo o superintendente de Marketing do Hospital, Manuel Coelho, a analogia entre o gelo derretendo e o corpo humano é uma leitura perfeita sobre o que acontece com as pessoas. “A intenção foi chamar a atenção para o tema de uma forma inovadora, que gera reflexão”.
Dados da Associação Brasileira de Transplante apontam que a taxa de doadores de órgãos aumentou em 5% entre 2013 e 2014, passando de 13,5 para 14,2 milhões, ainda abaixo da meta de 15 milhões. Apesar desse crescimento, o Hospital Beneficência Portuguesa ainda se mostra preocupado com um dado. A chamada “taxa negativa família” – falta de autorização familiar – teve um índice de 46% em 2014, sendo umas das principais causas de não doação de órgãos.
Por isso, Manuel Coelho reforça a importância de se quebrar o tabu e iniciar a discussão sobre o assunto em casa. “Como Hospital, temos o dever de abrir essa conversa, pois se trata de uma causa de amor ao próximo e de promoção da vida”, finaliza Coelho ao site Exame.
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