O discurso silencioso

08/12/2016

Nós temos gente como Emma Watson, Leonardo di Caprio e Malala Yousafzai como porta-vozes do direito das mulheres, do meio-ambiente, pela educação e a paz. No vídeo da campanha #freethespeech (liberte a expressão), eles aparecem prontos para discursar na ONU mas ficam em silêncio. Até a explicação: a verdade é que o mundo começa a ficar assustadoramente quieto sem a liberdade de expressão. Mais e mais vozes têm sido silenciadas por legislações, auto-censura e intimidação. A campanha é do governo sueco e a criação é da agência King.

A liberdade de expressão e transparência foram garantidos na Suécia há 250 anos atrás, em 02 de dezembro de 1766, quando o foi assegurada em lei a liberdade de expressão e de imprensa. Esta foi a primeira legislação desse tempo no mundo.  De acordo com o governo sueco, a liberdade de expressão e transparência são fundamentais não só para a democracia mas também para a inovação e combate à corrupção.

A Suécia pretende fazer de #freethespeech uma plataforma do país para incentivar a liberdade de expressão em todo o mundo. O tema será trabalhado internacionalmente pelo Ministério de Relações Exteriores sueco. “É perturbador ver que os direitos e liberdades fundamentais estão cada vez mais sob ameaça em todo o mundo. Em muitos lugares, a democracia e o Estado de direito estão sendo neutralizados, os direitos humanos violados e sua natureza universal negada. E isso exige esforço redobrado para promover a liberdade de expressão, a transparência e a liberdade de imprensa”, disse a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Margot Wallström, durante um seminário internacional, realizado em parceria com a Unesco.

Situação da liberdade de expressão no mundo

mapaimprensa

Houve menos liberdade de expressão no mundo em 2015, segundo a classificação anual dos Repórteres sem Fronteiras. Com a justificativa de medidas preventivas ao terrorismo, muitos países estão modificando as próprias leis e censurando a imprensa. O Brasil caiu cinco posições e ficou em 104º lugar no ranking mundial. Os dados da pesquisa realizada pela ONG Repórteres sem Fronteiras, divulgada em abril deste ano, mostra que não só no Brasil, mas em todo o mundo, foi registrado um desempenho negativo sobre a liberdade de imprensa. No ranking de 2015, o Brasil ficou em 99º lugar.

Em um panorama geral, a ONG avaliou que a liberdade de imprensa registrou uma degradação profunda e preocupante no mundo entre 2013 e 2016. A organização chamou atenção à queda de 3,71% no índice que mede esse grau de liberdade dos jornalistas, puxado pelo aumento da repressão em nações asiáticas e africanas.

Entre os 180 países que aparecem na pesquisa, a Finlândia está na liderança. Nas ultima posições ficaram  países como a Coréia do Norte, China, Vietnã e Síria.