15/04/2016

Beijo interrompido

Essa campanha sul-africana serve também para o Brasil.

O primeiro beijo

15/04/2016

O primeiro beijo

A princípio, parece ser apenas mais um comercial fofo sobre a historia de amor de um jovem casal. Mas na verdade é sobre mais uma história interrompida por uma negligência no trânsito: o uso do cinto de segurança.  O filme sul-africano First Kiss, da campanha #BeTheChange  retrata um jovem casal que se conhece em uma festa e que passa a noite na tentativa de dar o primeiro beijo, sempre frustrado pela interrupção dos amigos. Mas é a última – e definitiva – interrupção a parte mais chocante do filme.

A campanha de impacto reforça que não usar o cinto de segurança põe em perigo todas as pessoas no veículo, mesmo quem está usando. Em um comunicado de imprensa, o governo da província de Western Cape (África do Sul), responsável pela campanha, destaca que usar o cinto é uma precaução básica que muitos continuam a ignorar, mesmo entendendo os riscos. “Em uma colisão, os passageiros que não estão usando o cinto se tornam uma espécie de bolas de destruição, matando e ferindo gravemente os outros ocupantes do carro. Todos nós podemos ser parte da mudança que torna nossas estradas mais seguras“, alerta o governo.

Adaptação de estratégia irlandesa

First Kiss  faz parte de uma estratégia de comunicação que teve início em agosto de 2014. Em 2016 ela está sendo lançada com o tema #BeTheChange. A agência Y & R, responsável pela criação, afirma que o comercial é uma adaptação do anúncio Damage, produzido pelo Departamento de Meio Ambiente da Irlanda do Norte. Essa campanha provocou um aumento de 100 % no uso de cintos de segurança por passageiros do bancos traseiros e de 50 % dos passageiros dos bancos dianteiros, tanto na Irlanda como na Irlanda do Norte.

Apesar de muito elogiada pelo impacto e pela mensagem direta, a campanha também foi alvo de duras críticas pelas cenas extremamente fortes. O Ministro de Transportes, Donald Grant, no entanto, explica que essa abordagem é necessária. “Os ocupantes do veículo – os motoristas e passageiros – continuam sendo a maioria de todas as mortes na estrada em nossa província. Quando um veículo colide, os ocupantes que não são contidos pelo cinto continuam a avançar na mesma velocidade em que o veículo estava trafegando antes da colisão. Eles são catapultados para a frente, colidindo com a estrutura do veículo ou com os outros ocupantes, ou são arremessado do veículo para uma morte quase certa“.

A campanha vale para o Brasil também: não usar cinto de segurança é a falta grave cometida por mais de 90% dos brasileiros nas estradas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia.