O livro Primeira Chance, da publicitária e fotógrafa Silvana Tinelli, procura provocar a reflexão dos leitores sobre como são tratadas as crianças e adolescentes vitimizados pela violência familiar no Brasil. Mas acaba por provocar emoções variadas: esperança, ternura, compaixão, choro, revolta. O livro de Silvana Tinelli, que é sócia da agência novaS/B, relata sua experiências à frente do Lar Mamma Emma por onde passaram mais de 400 crianças entre 1993 e 2003.
Concebido e dirigido por ela e seu filho, o Lar abrigava crianças em situação de risco num espaço impecável. Naquele espaço humanizado e carinhoso, muitas vezes pela primeira vez, os pequenos recebiam atendimento multidisciplinar de profissionais que cuidavam da sua saúde física e emocional. Várias delas conseguiram também uma segunda chance num lar adotivo no Brasil e no exterior. No livro, Silvana relata o reencontro com 25 dessas crianças. Mas também revela como é complicado vencer as barreiras culturais, os preconceitos que tornam menores as chances de adoção para crianças já crescidas, não caucasianas ou que não estejam em perfeitas condições físicas.
A obra traz relatórios judiciais e psicossociais de algumas das crianças que abrigou, além de depoimentos de funcionários da instituição, pais adotivos e jovens adotados. Essa costura de informações e lembranças é incapaz de deixar inerte o leitor. Diversas famílias participaram ativamente do processo de elaboração do livro e autorizaram a divulgação de cartas, fotos e outros documentos. O livro tem apresentação da geneticista Lygia V. Pereira, cientista da USP que desenvolveu a primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias. Dra. Lygia, que testemunhou o trabalho de Silvana, tece um paralelo entre a influência da genética naquilo que somos e o poder de transformação promovido pelo amor. Também é avalizado pelo jornalista Arnaldo Jabor e pelo cineasta Hector Babenco, em depoimentos que constam na quarta capa.
Confira a entrevista de Silvana Tinelli no Programa do Jô.
