No Peru, a gravidez na adolescência é um grave problema.. A campanha Problemas + Reales, da McCann para a ONG Save The Children, levou para a sala de aula o tema. Mas esqueça a educação sexual nos moldes tradicionais: a prevenção agora está nas aulas de matemática.
A ideia, na verdade, é bem simples. Em lugar de maçãs, caixas, doces, os problemas de matemática falam de fraldas, mamadeiras e outros ítens que tem a ver com a maternidade/paternidade. Até agora já foram 60 mil “exames” respondidos. No site da campanha, pais podem resolver os problemas com os filhos e reforçar as informações. Além de desenvolver o raciocínio lógico das crianças.
No Brasil
A incidência de gravidez na adolescência é mais frequente entre mulheres de grupos de maior vulnerabilidade social. Segundo dados do programa para juventude do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a taxa de fecundidade adolescente no Brasil passou 86 para cada 1 mil habitantes em 2000 para 75,6 em 2010. Esse indicador é quase o dobro de outras regiões do mundo, nas quais a média é de 48, 9 por 1 mil. Segundo o levantamento, a maior incidência de gravidez na adolescência ocorre entre jovens de classes mais pobres.
Entretanto, houve uma melhora nos indicadores do Brasil. Os dados do Ministério da Saúde são preliminares, mas animadores. A gravidez na adolescência teve uma redução de 17% no período de 2004 a 2015. Em números absolutos, a redução foi de 661.290 nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos de idade, em 2004, para 546.519, em 2015. O levantamento é do Sinasc, o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos. Alguns fatores contribuem para esse resultado: atuação multidisciplinar dentro das escolas, consultas com os pais e distribuição de preservativos.