Sacolas plásticas é tema de caderno especial sobre sustentabilidade

02/03/2009

O caderno Vida & Sustentabilidade, publicou uma reportagem especial sobre um problema ambiental que já preocupa muitas cidades: as embalagens plásticas usadas largamente no comércio, especialmente em supermercados O Brasil produziu cerca de 18 bilhões de sacolas plásticas em 2007, a maioria fabricada com polietileno – produto derivado do petróleo que demora aproximadamente 500 anos para se decompor. Mais de 1 bilhão de sacolas são distribuídas todo mês pelos supermercados; 80% delas viram sacos de lixo doméstico e vão parar em aterros sanitários. Para tentar minimizar esse impacto, têm surgido no mercado campanhas com o objetivo de reduzir o uso das sacolas de plástico ou substituí-las por material oxibiodegradável, biodegradável e até retornável.

Iniciativas como a conscientização de funcionários para otimizar o uso das embalagens, venda de sacolas retornáveis e incentivo à coleta seletiva têm sido adotadas em São Paulo para tentar reduzir o consumo do plástico. Uma rede atacadista, por exemplo, cobra dos clientes R$ 0,12 por sacola plástica, prática comum em outros países. Situação contrária está sendo testada em Salvador (BA) e no Recife (PE), onde uma rede nacional de supermercados concede desconto de R$ 0,03 aos clientes para cada sacola não usada. Em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi sancionada em janeiro uma lei que obriga os estabelecimentos comerciais do município a utilizar embalagens plásticas biodegradáveis ou sacolas reutilizáveis para acondicionar produtos e mercadorias. Os estabelecimentos terão seis meses para se adaptar e, caso não cumpram, ficam sujeitos ao pagamento de multa de R$ 1.900.

Países europeus e, mais recentemente, africanos, asiáticos, os Estados Unidos e a Austrália adotaram políticas para tentar reduzir o consumo de sacolas plásticas. Apesar de recentes, algumas dessas medidas conseguiram mudar o hábito dos moradores e diminuir o uso do produto. A Irlanda foi um dos pioneiros em estabelecer taxa para as sacolinhas, em 2002. Com a cobrança, o país conseguiu reduzir em 90% o consumo desse tipo de embalagem plástica. Bangladesh também vetou o ingresso de sacolinhas plásticas em seu território, substituindo-as pelas de juta. A política foi adotada depois que a poluição provocada pelas sacolas chegou ao ponto de obstruir afluentes do Rio Ganges e prejudicar o sistema de drenagem da capital Daca. Na Alemanha e Holanda, a maioria dos supermercados substitui a sacola plástica pela de papelão. Na Itália, as sacolinhas de plástico serão proibidas a partir de 2010. Os supermercados, que já cobram cerca de 0,05 por unidade, só poderão fornecer modelos biodegradáveis. O país sedia uma das maiores empresas produtoras de sacolas biodegradáveis do mundo.