(sem) Esperança

25/06/2018

Toda semana, no mundo, hospitais, equipes médicas e trabalhadores de saúde ou ajuda humanitária são alvos em conflitos e guerras. A denúncia-alerta do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) tem o sugestivo título de Hope (Esperança) mas o que se vê é o contrário disso.

Filmado em Beirute, a peça conta a história de um pai correndo para levar sua filha gravemente ferida ao hospital. Ele luta para mantê-la consciente, positiva e alerta enquanto o sangue escorre de sua ferida. O desfecho é aterrador: simplesmente o hospital não está mais lá, vítima de um ambiente devastado pela guerra.

Esta é a história do curta-metragem, feito por Sra. Rushmore e Blur Films Madrid, que merecidamente venceu o Grand Prix Film Craft Lions em Cannes. O filme de quase dois minutos, que acontece em um país devastado pela guerra, afirma: “Sem hospitais. Sem esperança”. Em seguida, um apelo: ajuda médica não pode ser um alvo.

De acordo com a Cruz Vermelha, o objetivo desta campanha é aumentar a conscientização sobre os ataques que ocorrem em centenas de lugares, onde as vítimas não são apenas profissionais de saúde, mas também populações civis inteiras que morrem, são mutiladas ou adoecem fatalmente após serem privadas de médicos e centros de saúde onde teriam procurado atendimento. “É por isso que o CICV quer tornar essa causa mais visível, conscientizando e incluindo o maior número possível de pessoas na conversa, a fim de influenciar os responsáveis ​​pelas ações que ocorrem nas guerras, para que possam adotar medidas para evitar esses tipos de ataques” – diz a descrição oficial do filme.

Durante a premiação, Diane McArter, presidente da Furlined e do júri da categoria Film Craft, comentou a campanha, ganhadora do Grand Prix nesta categoria. Ela afirmou que o importante é a maneira como o craft realmente engaja. E que nesse ano viu que haviam trabalhos fortes, questionadores, porém em contrapartida haviam muitas peças relacionadas a família, como uma tendência.

De acordo com Diane, a campanha Hope, conseguiu mostrar com excelência a sensibilidade no Film Craft. “Mesmo depois de vermos essa peça várias vezes, ela sempre nos toca profundamente”, destacou Diane.