Sensualidade pode vender qualquer coisa?

08/05/2014

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Muitas campanhas utilizam modelos e também a sensualidade para chamar a atenção de seu público e essa é a estratégia criativa da campanha da  ONG Save The Children. Não faz sentido? Para os modelos de Nova York chamados para fazer um teste para um comercial de um ‘novo produto sexy’  também não. A maioria faz o seu melhor para convencer que conseguem ser sensuais na primeira parte do texto até que têm de ler sobre doenças, guerras e mortes de crianças em áreas de conflito. Surpresos e visivelmente  chocados, são instigados a continuar a ler de forma sedutora frases como: “Almost 800 mothers and 18.000 young children die each day, mostly from preventable causes.” (quase 800 mães e 18.000 crianças morrem todos os dias, por causas que poderiam ser prevenidas), “diarhea, pneumonia, malnutrition…” (diarréia, pneumonia, desnutrição).

Chega a ser constrangedor assistir o esforço que fazem para continuar com a postura sexy. Não há nada de  sedutor numa mensagem que alerta sobre  80 milhões de pessoas estão vivendo em área de conflito ou de desastres naturais  e que 60 milhões são mulheres e crianças. O efeito de metalinguagem foi propositalmente usado para fazer uma crítica sutil àquilo que faz sucesso – a sensualidade é uma das principais estratégias da propaganda para vender produtos e serviços – e chamar atenção para o trabalho da Save The Children, que desenvolve projetos de resgate à infância no mundo todo (no Brasil tem o apoio oficial da Abrinq).  Postado no dia 06/5 no YouTube, o filme já teve cerca de 500 mil visualizações.