A polarização na nossa política atingiu níveis talvez jamais vistos por aqui, e com isso os casos de intolerância começaram a se multiplicar. Notícias de agressões verbais e até mesmo físicas contra quem pensa diferente não são mais tão incomuns assim, com alguns casos extrapolando qualquer limite do racional.
Separamos alguns casos de intolerância política no Brasil, que chamaram atenção da opinião pública nesses tempos de radicalização. O fato de pessoas serem agredidas pela cor da sua roupa, em um momento de descontração, ou quando estão fazendo seus trabalhos, mostra a que ponto chegamos.
1 – O caso Zé de Abreu
O caso de intolerância política envolvendo um ator famoso ganhou enorme repercussão no noticiário e nas redes sociais. O ator José de Abreu e sua esposa foram insultados enquanto jantavam em um restaurante em São Paulo, por conta do seu posicionamento contrário ao impeachment e acusado de ser conivente com corrupção. E Zé de Abreu reagiu cuspindo.
2 – Confrontos entre manifestantes
Essa polarização já levou “coxinhas” e “petralhas” às vias de fato algumas vezes. No dia em que o ex-presidente Lula foi conduzido coercitivamente pela Operação Lava-Jato, por exemplo, ocorreram diversos confrontos entre manifestantes, pró e contra o governo, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde Lula prestava depoimento, e na frente da casa do ex-presidente, em Santo Bernardo do Campo (SP).
3 – Jornalistas hostilizados
A liberdade de imprensa é essencial para qualquer democracia. Mas no dia da condução coercitiva do Lula, repórteres foram hostilizados por manifestantes, enquanto cobriam o fato, no Aeroporto de Congonhas e no diretório do PT em São Paulo. Não foi um caso isolado. De um lado e outro, não importa a coloração política, as equipes de reportagem que cobriram os manifestações ao longo dos últimos cinco anos nem sempre foram poupadas.
4 – Médica nega atendimento a criança
Imagine que seu filho seja acompanhado por uma pediatra, e a médica te diga que não vai mais atendê-lo, por você ser petista. Foi exatamente isso o que aconteceu com Ariane Leitão (foto), suplente de vereadora pelo PT, em Porto Alegre. A intolerância no Brasil chegou ao ponto de uma médica negar atendimento a uma criança, de cerca de um ano, por motivos políticos.
5 – Agressão em hotel
Um dos líderes do movimento Revoltados Online, Marcello Reis, um dos mais ativos e ferinos na convocação de manifestações pelo impeachment, também teve seu dia de vítima. Ele foi agredido por militantes do PT em um hotel de Salvador, onde ocorria um congresso do partido.
6 – Mãe ameaçada por cor da roupa do bebê
Dentro os diversos casos de pessoas xingadas e agredidas por estarem de vermelho, ou por “parecerem petistas”, um dos que chamou mais atenção, pelo nível de absurdo do que ocorreu. Uma mãe foi ameaça no Rio de Janeiro, quando andava na rua com sua filha de cinco meses. O motivo: a roupinha da menina era vermelha.
7 – Cão agredido
Se já é um absurdo uma pessoa ser agredida pela cor da sua roupa, ou mesmo por suas opiniões políticas, o que dizer de um cachorro? Pois isso aconteceu em Brasília, onde um cão apanhou por estar usando uma bandana vermelha. Isso mesmo, você não leu errado. Um cão foi agredido por intolerância política. Afinal de contas, certeza que ele era petista.
Esses casos mostram a que ponto chegou a disputa política no Brasil, com a intolerância atingindo um nível perigoso. Ter um posicionamento político e defendê-lo faz parte da democracia. Mas a discordância e o respeito às opiniões divergentes também. Pratique a tolerância e compartilhe essa ideia. Veja mais sobre intolerância no nosso dossiê.