Cartão vermelho para racismo

22/04/2015

 

O futebol  tem registrado diversas manifestações racistas. As ofensas preconceituosas por parte de torcedores rivais ao goleiro Aranha e ao volante Arouca, por exemplo, são alguns dos casos mais recentes e marcantes no país. A  Federação Paulista de Futebol, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, aproveitou o destaque da reta final do Campeonato Paulista de futebol para lançar  a campanha “São Paulo contra o racismo”, iniciada no último domingo durante as partidas da semi-final.

As próximas ações serão realizadas antes do inicio das partidas da final do Campeonato Paulista, marcadas para 25 de abril e 3 de maio. Os torcedores de Santos e Palmeiras nas arquibancadas serão convocados a participarem da luta contra o racismo e receberão cartões vermelhos  com a mensagem: “Faça parte desse time. Dê um cartão vermelho para o Racismo”.

Em determinado momento um locutor no estádio irá convidar as torcidas a erguerem simultaneamente os cartões vermelhos – em alusão ao gesto de expulsão no futebol – pelo fim do preconceito. A face do cartão que será mostrada exibirá a hashtag #SPCONTRAORACISMO ao lado da logo da campanha.  Cerca de 80 mil cartões vermelhos serão entregues aos torcedores nas duas partidas.  “O futebol paulista é um dos principais do país, e uma campanha dessas irá colaborar muito para que o preconceito diminua nos estádios”, disse o novo presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos.

Além da participação do público, os jogadores capitães dos dois times finalistas – Santos e Palmeiras – entrarão em campo com camisetas da campanha e a Penalty irá disponibilizar versões exclusivas das bolas oficiais dos jogos com a logo da campanha, que também estará presente nas camisas dos árbitros. E para complementar as ações nos estádios nos dois jogos da final, diversos comerciais  com depoimentos dos jogadores de Santos e Palmeiras já estão sendo veiculados nas redes sociais. O volante do Palmeiras, Arouca, vítima recente de racismo, é um dos jogadores presentes nos vídeos.

bola

“Os dirigentes dos clubes foram muitos receptivos e abraçaram a iniciativa imediatamente. Assim que souberam da campanha os jogadores aceitaram gravar um vídeo com depoimentos para a campanha”, disse a coordenadora de Políticas para a População Negra e Indígena, Elisa Lucas Rodrigues. A ação foi criada pela agência Mood e concebida também pela Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.

É importante lembrar que São Paulo é o primeiro estado brasileiro a ter uma legislação (Lei 14.187/10) que pune administrativamente a discriminação por raça ou cor.