Você não está sozinho

24/03/2017

Tuberculose é uma doença cercada de estigmas, que persistem pela enorme mortandade que causou. E o medo afasta as pessoas do diagnóstico, embora o tratamento seja atualmente muito eficaz. Esta campanha do Ministério da Saúde, lançada ontem (23/3), mostra as duas coisas que não podem ser interrompidas quando se tem a doença: o tratamento e o apoio da equipe de saúde, da família e dos amigos. Além de filme, foram feitos spot, cartazes, cartilha e outdoor.  A criação é da agência nova/sb.

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. Anualmente, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O surgimento da Aids e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário.

No Brasil, a tuberculose é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença. A tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde.

Nos últimos nove anos, a incidência de casos de tuberculose no Brasil reduziu 13,2%, passando de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para 33,6 casos/100 mil habitantes em 2015. Já a taxa de mortalidade chegou a 2,2 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2015, contra 2,6 registrados em 2004. Em relação ao número de casos novos, a redução nos últimos nove anos foi de 4,8%.

A Estratégia Pelo Fim da Tuberculose, aprovada em 2014 na Assembleia Mundial de Saúde, tem como objetivo o “fim da epidemia global da tuberculose”. As metas para cumprimento desse objetivo até o ano de 2035, são: reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil hab. e reduzir o número de óbitos por tuberculose em 95%. Para alcançarmos esses objetivos são necessários empenho de gestores, de profissionais de saúde, da sociedade civil e de pesquisadores na elaboração de novas estratégias e tecnologias, além do reforço das já existentes e que apresentam bons resultados para o controle da tuberculose.

Para saber mais

Entre as peças da campanha, está uma cartilha informativa que ajuda a entender mais a doença e saber onde buscar ajuda.

O que é – É uma doença causada por uma bactéria que ataca principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos ou sistemas do corpo, como ossos, rins e pleura (membrana que envolve os pulmões).

Transmissão – A tuberculose é transmitida de uma pessoa para outra. Ao espirrar, tossir ou falar, o doente com tuberculose nos pulmões espalha no ar as bactérias que podem ser aspiradas por outras pessoas. Compartilhar talheres, copos, toalhas ou banheiros não transmite a tuberculose. Beijos e abraços também não.

Sintomas –  Quem tem tosse por mais de três semanas, acompanhada, ou não, de febre no fim do dia, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansaço ou dor no peito, pode ter tuberculose. Nesses casos, há necessidade de procurar uma Unidade de Saúde para avaliação e realização de exames complementares para diagnóstico da doença.

Prevenção – Manter ambientes ventilados e com a entrada da luz solar são alguns cuidados que ajudam na prevenção. A vacina BCG, recomendada para menores de cinco anos, protege as crianças contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e meníngea. O diagnóstico precoce é uma forma de prevenção, pois com o tratamento a pessoa com tuberculose deixa de transmitir a doença.

Tratamento –  Após o diagnóstico em uma Unidade de Saúde, o tratamento deve ser feito o quanto antes, por um período mínimo de seis meses, todos os dias e sem nenhuma interrupção, mesmo com o desaparecimento dos sintomas. O tratamento só termina quando o profissional da saúde confirmar a cura por meio de exames.

Onde tratar – Qualquer Unidade de Saúde do SUS pode diagnosticar a tuberculose. Procure uma mais próxima de você.

Com informações do Ministério da Saúde.