Pelo que você fica na fila?

12/11/2015

 

 

 

Enfrentar filas para o lançamento de novos produtos e para garantir um lugar privilegiados no show do artista preferido tornou-se algo comum para muitas pessoas – especialmente os jovens. Em setembro, por exemplo, dezenas de pessoas ignoraram a chuva e o cansaço para formar uma longa fila para conferir o lançamento da nova loja da Apple em Bruxelas, na Bélgica. Mas existe uma fila muito maior e  mais urgente.

Foi com essa mensagem que a fundação belga Re-born To Be Alive aproveitou a multidão na porta da loja para lançar uma campanha em prol de uma causa que pode salvar vidas: o incentivo à doação de órgãos.Doze horas antes da abertura, a Fundação levou até a fila da Apple  duas pessoas que, infelizmente, se acostumaram a esperar. Astrid aguarda há mais de 600 dias por um novo pulmão enquanto Luc está na lista por um novo rim há 465 dias. Ao abordarem os fãs da Apple para explicar a angústia que eles e outras milhões de pessoas sentem todos os dias à espera da doação, Luca e Astrid fizeram uma proposta inusitada. Como ambos  já estão acostumados com a longa fila (do transplante), eles ficariam no lugar de quem concordasse em assinar a declaração de doador de órgãos. Em meio à reações de surpresa – e constrangimento – os pedidos foram bem aceitos.

A fila de espera de doação de órgãos é um caminho muito longo. A lista de doadores de órgãos é muito curto. Todos os anos, as pessoas morrem porque não conseguem encontrar um doador de órgãos no tempo. A Re-born To Be Alive procura engajar os belgas para que eles se tornem dadores de órgãos e salvar vidas“, explica a fundação em seu site oficial. Na Bélgica, 100 pessoas, em média, morrem todos os anos enquanto esperam na fila do transplante.

No Brasil

O Brasil é o vice-campeão mundial em número de transplantes. Mas há pouco a comemorar: estamos registrando a queda no número de doações nos últimos anos.  Neste ano, o país não vai chegar à meta de 17 doadores por um milhão de habitantes. Vale lembrar que um doador pode salvar até oito vidas, podendo ser aproveitados os pulmões, os rins, o fígado, o coração, o pâncreas e o intestino. Leia mais sobre transplantes no Brasil aqui.