Força para o bem

17/03/2017

Todos os anos 10 mil crianças da Alemanha são vítimas da violência doméstica. A pressão que isso traz em suas vidas é muito mais dura que se imagina.  O filme acima explica o aplicativo FForce for Good, que permite ao usuário, de forma interativa, enxergar o que acontece com uma criança vítima de violência.

O aplicativo faz com que o usuário interfira nas cenas do filme, escolhendo ver a personagem em uma vida normal, sem violência, ou vendo o que acontece quando sofre as agressões. A força é aplicada com os dedos, numa referência ao poder que cada um tem de proteger uma criança. A ação foi criada pela agência La Red para a Nummer gegen Kummer, uma instituição sem fins lucrativos  apoiada pelo governo alemão e pela União Européia.

A instituição oferece serviços de aconselhamento para crianças, adolescentes e pais. Fundada em 1980, tem suporte da agência alemã de proteção à criança.

Palmada tem efeito contrário

Um estudo, envolvendo mais de 160.000 crianças durante 50 anos, alerta que as palmadas provocam problemas psicológicos e uma piora no comportamento delas. A pesquisa, publicada no Journal of Family Psychology, sustenta os argumentos dos que se opõem a essa prática ao concluir que as palmadas produzem um resultado contrário àquele que os pais buscam. O estudo, que analisou dados recolhidos ao longo de 50 anos em 75 pesquisas com uma amostra de 160.000 crianças, concluiu que os tapas estão associados a uma maior probabilidade de desenvolver comportamentos desafiadores em relação aos pais, a apresentar comportamentos antissociais e a sofrer de problemas psicológicos, entre outros. No estudo, o abuso físico grave foi deixado de lado.

Segundo a UNICEF, mais de 60% das crianças do planeta recebe algum tipo de castigo físico. Cerca de 50 países proibiram esse comportamento, mas ainda há muito trabalho a fazer. Em 2015, a França foi repreendida pelo Conselho da Europa por não proibir claramente todas as formas de castigo corporal contra as crianças, ao contrário da maioria de seus vizinhos, e este ano a Rússia aprovou uma lei descriminalizando a prática. Nos Estados Unidos, esse comportamento é visto como aceitável, embora essa aceitação tenha diminuído significativamente de 84% em 1986 para 70% em 2012. “A ideia de bater num filho para corrigir o mau comportamento sempre despertou um mix de teorias, entre éticas, religiosas e humanas”, explica Elizabeth Gershoff, principal autora da publicação, da Universidade do Texas.

No Brasil, apesar de proibida pela chamada Lei da Palmada, a maior parte das pessoas acha aceitável e até desejável castigos físicos como estratégia pedagógica. Com informações do El País.