Uma história de amor

11/05/2017

Aos 13 anos tudo parece cheio de possibilidades. Como uma história de amor adolescente. Num mundo cada vez mais conectado, é cada vez mais normal que as pessoas se conectem pela internet. E a troca de mensagens (e fotos) aconteçam antes mesmo do primeiro encontro real.

Nesta campanha da empresa de celular mexicana Moviestar criada pela Y&R México, a trilha sonora e as imagens dos dois adolescentes dão a entender que o filme vai contar uma história digna de Dia dos Namorados. O título já engana de cara, Love Story. Mas o desfecho é bem inesperado.

Os preparativos, escolha da roupa e a ansiedade pelo primeiro encontro é uma dupla decepção. Em lugar dos adolescentes, dois homens bem mais velhos. Eles se olham e vão embora. O texto complementa: existem 150 milhões de perfis falsos nas mídias sociais. Alguns deles são pedófilos. E os adolescentes nesta fase de descoberta são particularmente vulneráveis. A campanha, lançada no mês passado, já tem mais de 9,8 milhões de visualizações no Facebook e mais de 1,4 milhão no YouTube.

Estratégia

Em entrevista à Adweek, o diretor do filme, Andrew Lang da Wabi Productions, explicou que a estratégia criativa era atingir pais e adolescentes de uma forma mais sutil. “Embora eu tenho certeza que a maioria não iria se lançar em um relacionamento online tão ansiosamente como esses dois, alguns fazem exatamente isso e as consequências podem ser terríveis. Nas pesquisas que fizemos, eu li algumas histórias horríveis que começaram do mesmo jeito que os personagens fazem no filme”, contou.

De acordo com um estudo da Comissão Europeia, a idade média para começar a navegar na Internet é de 7 anos. Outro estudo, da Agência de Proteção de Dados da Espanha, 97% dos adolescentes entre 14 e 17 anos têm perfil em redes sociais e 1 em cada 3 crianças aceitam pedidos de amizade de pessoas que não conhecem.

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), revelam que a cada dia, em média, cinco crianças são vítimas de violência sexual online. O número de sites com conteúdo de abuso sexual infantil cresceu 147% de 2012 a 2014. Meninas de 10 anos ou menos representam 80% do material divulgado nas páginas.