Ruanda: 20 anos do genocídio

06/01/2015

Não há nada para comemorar: 2014 marca o 20º aniversário do genocídio em Ruanda. E o filme feito pela ONU retrata como que as pessoas foram convencidas pelo governo hutu a participar do extermínio de seus vizinhos e amigos de etnia tutsi. O discurso de ódio foi basicamente propagado pelo rádio. O vídeo divulga a atuação do Tribunal Penal Internacional para Ruanda que luta para punir os responsáveis pela tragédia. Foi a primeira vez, desde Nuremberg, que um ex-chefe de governo, Jean Paul Akayesu, foi condenado. Também foi a primeira vez que donos de empresas de mídia que usaram suas emissoras para incentivar o genocídio.

História do genocídio
A revista Fórum publicou um excelente artigo sobre a tragédia, a partir do livro “Sobrevivi para Contar” de Immaculée Ilibagiza. “Em exatos 100 dias, de abril a julho de 1994, entre 800 mil e um milhão de ruandeses, predominantemente da etnia tutsi, foram massacrados quando um governo extremista liderado por outra etnia, a hutu, lançou um plano nacional para basicamente exterminar a minoria tutsi e qualquer outra que fizesse oposição à suas políticas, até mesmo hutus moderados. Foi um cenário infernal no qual assassinatos brutais – inclusive contra crianças e bebês – ocorriam por pessoas que até poucos dias antes eram vizinhos, colegas ou até mesmo amigos. O genocídio só chegou ao final quando a Frente Patriótica de Ruanda (RPF, sigla em inglês), movimento tutsi liderado por Paul Kagame, saiu do país vizinho Uganda e derrubou o governo hutu. Kagame se tornou presidente em abril de 2000 e continua sendo até hoje” (leia na íntegra aqui).