20/04/2016

Estereótipos

Não alimente seus filhos com isso.

Papinhas “mágicas”

20/04/2016

Papinhas mágicas

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“Menino não chora”, “azul é cor de menino, rosa de menina”, “menina não joga futebol”, “não use uma saia muito curta”. Desde pequenos, meninos e meninas se vêem diante de inúmeras imposições sociais. E, parte disso, vem dos próprios pais que alimentam seus filhos com a ideia de que eles devem se comportar de acordo com alguns estereótipos de gênero. Não corresponder aos papéis sociais que são impostos podem ser causa de uma série de desordens psicológicas e emocionais.  Para alertar sobre o problema, a organização Anxiety and Depression Association of America  lançou uma campanha que usa bastante o sarcasmo.

Gender Baby Food é uma paródia dos rótulos da marca de papinhas infantis Gerber, que incentiva os pais a “darem ao seu bebê o início certo”. Criada pela redatora e fotógrafa Jiayi Wang e pela diretora de arte Jennifer Garcia, a nova linha dispõe de vários sabores fadados a causar repulsa em qualquer pai ou mãe (e é esse o objetivo). Veja algumas delas abaixo.

Para meninas:

Papinha de Tomate “Dieta até morrer” – Magra o suficiente para conseguir aquele garoto.

Papinha de abóbora “Gostosa demais para ser inteligente” – Coando café para o chefe

Papinha de pepino “Cubra seu decote” – Pare de ser oferecida.

Para meninos:

Papinha de Uva “Anti-Gay” – Deixe o garoto virar homem. 

Papinha de “Ervilhas Pervertidas” – É da natureza dele.

Papinha “Meninos não choram” – Emoção é para bichinhas.

E o sarcasmo não pára por aí.  No site da campanha, a empresa fake divulgou uma declaração com a sua missão:

“Gender® comida para bebé é feita inteiramente a partir de ingredientes cultivados naturalmente em nossa sociedade. Quando se trata de desenvolvimento precoce das crianças, acreditamos que alimentar  seus filhos com o que você foi alimentado na sua infância no passado é a melhor maneira para que elas cresçam nestes tempos de mudanças. Alimente direito o seu bebê.”

Ao clicar em cada um desses sabores “à venda” no site da campanha, o leitor é direcionado para uma página onde comentários revelam os efeitos nocivos dos rótulos. Na página da papinha de espinafre “submissa”, por exemplo, um comentário alerta: “vai ensinar todas as maneiras corretas de respeitar um homem, de saber que ela não tem o direito de questioná-lo e de compreender  que uma boca silenciosa é  mais bonita”.

Você  gostaria de alimentar seu filho com qualquer um desses alimentos? A Anxiety and Depression Association of America espera que a linha de satírica lembre os pais que alimentar as crianças com esse tipo de pensamento pode afetar seu crescimento e desenvolvimento. A ideia é encorajar os pais a darem abertura para discussões sobre gêneros em vez de moldar suas atitudes.