Quando fumar não mata, fere

31/08/2015

 

A Secretaria de Saúde do Estado do Paraná aproveitou Dia Nacional do Combate ao Fumo (29 de Agosto) para contar a história do professor universitário João Candido, em sua nova campanha antitabagismo Quando Fumar Não Mata.

Em um primeiro momento, o filme mostra João contando orgulhossamente sobre o seu sucesso pessoal e profissional. Mas logo em seguida, ele revela como o cigarro quase pôs tudo isso a perder e mudou sua vida. Pai, avô, marido e professor, João foi diagnosticado com câncer na laringe 14 anos após largar o vício do cigarro. A média de dois maços de cigarro por dia ao longo de 20 anos resultou na doença que exigiu a retirada de suas cordas vocais, prejudicando a sua voz. Agora para se comunicar, João precisa de  uma laringe eletrônica, um aparelho portátil que o permite voltar a falar – mas com um tom robótico.

Após o espectador conhecer a história de João,  o filme registra uma ação realizada em um banca de jornal. Fingindo ser vendedor, o professor universitário começa uma conversa com cada cliente que compra um ou mais maços de cigarro. Intrigados com o aparelho utilizado pelo vendedor, os clientes logo entendem que a conversa é, na verdade, um alerta para os perigos do vício do cigarro.

Ainda surpresa e emocionada ao sair da banca de jornal, uma das clientes revela como a história a fez refletir sobre o vício:  “A gente não precisa sofrer isso tudo pra perceber que a gente tá errado. Então esse é o momento de parar. O momento é agora“.  “Sei que o cigarro traz algum tipo de recompensa emocional, mas gostaria que os fumantes parassem e refletissem se esse benefício efetivamente vale a pena”, explica João, que atualmente participa de palestras e aulas e atua como porta-voz do combate ao fumo. João afirma ainda que a intenção da sua ação não é julgar as pessoas: “Respeito a luta dos que buscam parar de fumar, pois sei o quanto é difícil, mas acho importante dizer que é muito possível”.

Mesmo com milhões de mortes anuais causadas pelo tabagismo, muitos acreditam serem imunes à capacidade do cigarro de matar. Esta ação diz que, ainda que o cigarro não mate, ele pode causar danos irreparáveis e mudar de forma muito sensível a vida das pessoas”, afirma ao site da Sinapro, Tiago Stachon, vice-presidente de planejamento da OppusMúltipla, agência responsável pela campanha. A produção do filme é da The Youth.

 O cigarro em números

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o cigarro é um dos principais responsáveis por doenças como aneurisma, câncer e infarto. Juntas, essas doenças matam cerca de 5 milhões de pessoas a cada ano. Estima-se que, em 20 anos, esse número deve chegar a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando. A organização estima ainda que um terço da população mundial adulta, equivalente à 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes.