Sinais de violência

18/01/2017

O que você faz quando suspeita de um ato de violência doméstica? A maioria finge que nada acontece. E esse comportamento é padrão em boa parte do mundo. Para tentar envolver mais a população na prevenção à violência, a TBWA fez uma campanha interativa para Polícia de Helsinque (Finlândia) bastante inusitada e chocante. Painéis eletrônicos instalados em pontos de ônibus mostravam resíduos de sangue em uma bancada de cozinha – cenas ao estilo da série de TV CSI, com luz ultravioleta e luminol – nas proximidades de locais onde foram registradas ocorrências reais. O slogan diz: “você não consegue disfarçar a violência”.

A ação exigiu uma parceria bem afinada entre a polícia,  a agência e a empresa de mídia out of home JCDecaux. Quando uma chamada de emergência chegava no disque-denúncia (em Helsinki é 112) eram instalados painéis nos 15 locais mais próximo da casa que fez a chamada. Os cartazes ficavam nestes locais por 48 horas. Entre as cenas, o painel explicava que a violência doméstica aconteceu naquela área nas últimas 48 horas. “Se você for vítima, testemunhar ou suspeitar de violência doméstica, ligue 112.”

A campanha foi veiculada durante 14 dias em novembro do ano passado. Apesar da qualidade de vida, a Finlândia convive com altos índices de violência doméstica per capita. As estatísticas oficiais apontam que 68% das vítimas das agressões são mulheres.

Qualidade de vida não deixa as mulheres a salvo

Os roubos são escassos. Assassinatos são na maioria passionais. Mas em três países, muitas vezes elogiado por sua igualdade de gênero e indicadores elevados de desenvolvimento humano, apresentam um elevado número de mulheres vítimas de violência. Na Dinamarca, 52% delas elas  relatam que sofrem violência desde cedo, ao 15 anos. Na Finlândia 47% e na Suécia 46% das mulheres disseram ter sofrido violência física ou sexual. O Reino Unido reporta a quinta maior incidência de violência física e sexual (44%), enquanto que as mulheres na Polônia apresentam os menores índices (19%). Os dados são de uma pesquisa sobre violência feita em países da União Européia e publicada no jornal The Guardian.