Skol se desfaz do passado

09/03/2017

“Já faz alguns anos que algumas imagens do passado não nos representam mais. O mundo evoluiu e a Skol também. Convidamos ilustradoras e artistas plásticas para recriar pôsteres antigos de Skol sob um novo olhar. Porque lugar de mulher é onde e como ela quiser. Redondo é sair do seu passado.” Este é o texto que apresenta o filme da Reposter campanha da Skol. É uma abordagem corajosa para os padrões brasileiros: a popular marca de cerveja quer se afastar do passado negro das propagandas com mulheres de biquíni e objetificadas.

No site da campanha a empresa diz que “já faz alguns anos que a Skol não representa as mulheres de forma objetificada em seus pôsteres, anúncios e comerciais. Mesmo assim, volta e meia essas imagens reaparecem nas redes sociais como se fossem atuais. Olhamos para o passado para reforçar que, seja num pôster de bar, num comercial de TV ou num conteúdo de internet, a única lente que importa é a do respeito.” Na verdade, nem tanto tempo assim (relembre aqui), em 2015 teve de tirar sua campanha de Carnaval às pressas depois de ser acusada pelas consumidoras de apologia ao assédio.

Para apagar as máculas do passado, foram convidadas oito ilustradoras e artistas plásticas para recriar alguns pôsteres antigos de Skol sob um novo olhar: atual, diversificado, libertador. E o público também pode participar recriando algum poster antigo e enviando para o  site da cervejaria. Os melhores serão publicados.

Conheça as artistas

https://youtu.be/U3MY6Fu73O4

Carol Rossetti é designer e ilustradora. Seus principais projetos autorais, “Mulheres” e “Cores”, ganharam grande repercussão no ambiente digital.
Já expôs seu trabalho no TEDWomen 2015 (Monterey, EUA) e ministrou uma palestra para o TED x Vinhedo 2015.
Carol também trabalha com ilustrações de livros e design gráfico em seu estúdio Café com Chocolate, além de participar do coletivo feminista de artistas independentes ZiNas.

https://youtu.be/8Z0N-EI0wZ4

Manuela Eichner é artista visual formada em Escultura pela UFRGS/RS. Sua produção engloba desde vídeos e performances até oficinas colaborativas, passando pelo desenvolvimento de estampas, ilustrações e colagens tridimensionais. Participou do Projeto Rumos Itaú Cultural, da coletiva Utropic no CSW, na Polônia, da residência ZKU – Zentrum für Kunst und Urbanstik em Berlim e da residência Brooklyn Brush em Nova York. Suas colagens podem ser vistas em publicações como Folha de S. Paulo e Revistas Trip e Tpm.

https://youtu.be/pkjLoty-L6I

Camila do Rosário nasceu em 1988, em Joinville – SC. Largou o curso de Moda na UDESC para dedicar-se totalmente às artes. Teve desenhos publicados em revistas como Serafina, Rolling Stone e Zupi e participou de exposições coletivas na Quina Galeria, em Belo Horizonte, na Urban Arts, em São Paulo e na Espai Chromatic, em Tarragona, Espanha. Ganhou o primeiro concurso de ilustração promovido pela revista Marie Clarie e IED Barcelona. Atualmente tem seu ateliê no Rio de Janeiro e trabalha na área de ilustração e artes visuais.

https://youtu.be/x93Vivadg9k

Argentina radicada em São Paulo, Eva Uviedo tem em seu currículo de ilustradora trabalhos como aquarelas do livro “Queria Ter Ficado Mais” (Lote 42, 2015], a série de guias “Como Viver em SP sem Carro” [Neotropica, 2012 a 2014], de Leão Serva, além de colaborações para revistas e jornais como Folha de S. Paulo, Vida Simples, Itau Personnalitté, Trip, Tpm, entre outras. Tem dois livros em coautoria com a escritora Clara Averbuck, “Toureando a Morte” (2016, edição independente) e “Nossa Senhora da Pequena Morte” (2008, Editora do Bispo).


Artivista negra. É com essa poderosa assinatura que a mineira Tainá Lima costuma se apresentar, sem deixar dúvidas sobre o posicionamento engajado de sua arte. Criola é a representação da miscigenação da mulher brasileira e a assinatura reforça a importância do protagonismo feminino sem registros.
Grafiteira e ilustradora, Criola se posiciona no viés contrário à publicidade tradicional geralmente encontrada no meio urbano. Ao grafitar mulheres esteticamente fiéis às suas raízes africanas, Criola ressalta a importância do resgate da identidade da mulher negra brasileira.

Sirlanney é artista plástica e quadrinista. Publica seus trabalhos na internet e em feiras independentes. Também ministra cursos e oficinas de quadrinhos e pintura, além de participar de palestras e bate-papos sobre quadrinhos e auto-representação da mulher e do feminismo.
Em 2014, publicou sua primeira coletânea de quadrinhos, o livro “Magra de Ruim”, produzido com financiamento coletivo apoiado por mais de 400 pessoas. O trabalho foi indicado ao maior prêmio de quadrinhos nacionais, o HQ Mix, em 2015 e em 2016. Em 2015 foi agraciada pelo prêmio Al Rio de Quadrinhos na categoria Revelação na GeekExpo 2015, em Fortaleza.

Evelyn Queiróz é ilustradora e grafiteira. Sua persona artística, a Negamburguer, é inspirada numa boneca de infância que guarda até hoje.
A base de inspiração para as ilustrações de Negahamburguer são os sentimentos que permeiam a vida da própria artista e da condição atual das mulheres, muitos deles divididos através das redes sociais. A partir dessas histórias nasceu o projeto Beleza Real, que por meio do grafite, intervenções urbanas, ilustrações, blog e outras ações retrata situações de mulheres reais e seus desejos de viverem simplesmente como são, sem padrões e com respeito.

Elisa Arruda é uma artista nascida em Belém. Desenvolve atividades em artes que investigam o desenho e sua escala sob o papel e sob o vazio. Atualmente, possui um grupo de 150 desenhos em nanquim que constituem a série “Essa é você”, onde revela um debruce pessoal no branco, como tentativa de separar ali um algo a ser contado. A história que vem sendo continuamente narrada apresenta uma personagem e seu perpasse afetivo, como uma deriva emocional por vezes solitária. Graduada em design pelo IESAM/PA, pós-graduada em design pelo COSMOB-Itália e atualmente mestrando arquitetura pela FAU-USP, Elisa reside em São Paulo.