Desafiando o preconceito

06/01/2016

Na Austrália, 40% dos incidentes de preconceito ocorrem em espaços públicos. Com base nessa informação e de casos reais relatados em uma pesquisa própria, a Western Sydney University lançou uma série de quatro vídeos chamada Bystander Anti-Racism (espectadores contra o racismo, em português), que estimula a população australiana a reagir e levantar a voz diante de casos de intolerância.

Com o slogan #SpeakupSpeakOut, a série de vídeos mostra histórias pessoas que se tornam vítimas de ofensas preconceituosas no transporte público, lojas de conveniências, eventos esportivos e nas redes sociais. Em cada uma dessas histórias é relatada a diferença que a população pode fazer ao dizer não à intolerância. “O objetivo final na nossa campanha com a concepção desses vídeos é mudar o comportamento das pessoas“, explica Kevin Dunn, um dos idealizadores da campanha e professor da Universidade Western Sydney. “Se algumas pessoas não se sentirem mais confortáveis para humilhar e agredir os outros por medo da reação de testemunhas nossa campanha já terá gerado um efeito considerável”, completa.

A série de vídeos é a mais nova ação de um longo projeto chamado Challenging Racism (Desafiando o racismo), criado pela Western Sydney com a colaboração de diversas outras universidades australianas após perceberem a falta de dados mais abrangentes sobre a natureza do racismo no país. A partir deste projeto foi criada uma lista de iniciativas anti-racismo e práticas que governos e indivíduos locais utilizar para abordar os preconceitos. Veja a lista aqui.

O professor Kevin Dunn explica que a grande esperança dos envolvidos no projeto é que os dados, publicações e campanhas ajudem os governos e as comunidades locais no desenvolvimento das suas próprias iniciativas anti-racismo. O relatório divulgado pela universidade aponta que aproximadamente dos australianos já foram vítimas de racismo enquanto 37% já testemunharam essa forma de agressão mas nunca reagiram. E de acordo com a pesquisa, existem duas razões para isso: a primeira é do medo de também se tornar um alvo das agressões, enquanto o segundo é por não saber o que dizer ou fazer.