Chineses contra a cura gay

16/01/2019


Um artista chinês e um policial lançaram uma campanha incomum na China para denunciar os tratamentos destinados a “curar” a orientação sexual dos gays, utilizando caminhões como cartazes como no filme “Três anúncios para um crime” ( em “Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”, de 2017).

O artista chinês Wu Qiong, que não é homossexual, mas se diz indignado por essas práticas, optou por lançar uma campanha itinerante para chamar a atenção de seus compatriotas sobre o assunto. Ele confirma que se inspirou no filme americano “Três anúncios para um crime”, onde uma mãe paga três cartazes publicitários com mensagens de acusação para chamar a atenção da polícia após o assassinato e estupro não esclarecido de sua filha. Os artistas dirigem os caminhões da campanha nos arredores dos 7 centros de “tratamento” para a homossexualidade.

Nos caminhões estão escritas as frases como “Um tratamento contra uma doença que não existe”. Esse tipo de campanha pública é rara na China, onde o nível de tolerância das autoridades em relação a qualquer manifestação que possa “perturbar a ordem pública” é extremamente baixo. Mas Wu Qiong diz que até agora ninguém se opôs.

A China descriminalizou a homossexualidade em 1997 e a retirou da sua lista de doenças mentais em 2001. Mas os homossexuais, gays ou lésbicas, continuam a ser alvos de forte pressão familiar e social. E muitos se resignam a casar para responder ao desejo de seus pais de terem netos. Às vezes, seu ambiente os encoraja a se submeterem a tratamentos de “reorientação” baseados em medicamentos, isolamentos ou choques elétricos. Essas “terapias de conversão” são consideradas ineficazes por especialistas e não são científicas. Com informações da AFP.

Não é a primeira vez

Após o tiroteio em uma escola secundária de Parkland, três caminhões foram estacionados perto do escritório do Senador Republicano Marco Rubio. Cada um deles carregava uma uma mensagem para o legislador da Flórida, que recebe doações da indústria de armas americana, e classificou o incidente, que matou 17 pessoas e deixou 14 feridos, como uma tragédia inexplicável.

O protesto, patrocinado pelo grupo ativista online Avaaz, também foi uma referência ao personagem de Frances McDormand no filme Three Billboards , indicado ao Oscar, que conta a história de uma mãe faz campanha criticando a incapacidade da polícia de rastrear o assassino de sua filha.