Seu filho é o que você come

18/09/2015

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O período da gestação e os dois primeiros anos de vida de uma criança são períodos cruciais para determinar os hábitos alimentares dela e para evitar doenças cardíacas, hipertensão e obesidade. Para alertar as mães sobre os impactos que uma alimentação não saudável durante a gestação e a lactação pode causar na saúde da criança, a agência Paim criou para a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SP-RS) uma série de anúncio curiosos e impactantes.

Nesses anúncio, que mostram o momento da amamentação, foram desenhadas nos seios das mães imagens de alimentos considerados junkie food, como hamburger e refrigerante. A ideia é destacar que tudo o que a mãe ingerir, o filho também estará ingerindo, mesmo que indiretamente.  A pediatria, Berenice Lempek dos Santos,  explica que a gestação e amamentação são os períodos em  que o crescimento cerebral é maior, permitindo que o bebe desenvolva uma espécie de memória desses hábitos. “O que a mãe come passa para o leite materno. Se a mãe tiver uma alimentação saudável, o leite materno será saudável também”, explica ao G1.

A campanha chamou a atenção de diversos veículos pelo mundo, incluindo o jornal Inglês Daily Mail, que a descreveu como “perturbadora” (veja a matéria aqui).  Marcio Blank, diretor de criação da Agência Paim, esclarece que essa era a real intenção da campanha: “A gente buscou meio que chocar, causar uma espécie de perturbação mesmo”. As peças estão sendo veiculadas em clínicas pediátricas e hospitais no Rio Grande do Sul e nas redes sociais. Nas próximas semanas, a veiculação deve ser estendida para jornais e revistas.

É importante lembrar que além dessa influência direta durante a gestação e amamentação,  o comportamento dos pais durante a criação dos filhos também influencia o hábito alimentar do filho. Por isso, a nutricionista Luciana Lorenzato, ressalta que a melhor forma de educar as crianças é sevrindo como exemplo. LPara abordar o assunto, Luciana desenvolveu uma pesquisa que evidencia essa relação. “O resultado da pesquisa aponta para uma correlação positiva entre o IMC das mães e de seus filhos. Conforme o peso da mãe aumenta, aumenta também o peso dos filhos”, explica Luciana em seu artigo.

De acordo com dados do IBGE, nos últimos 20 anos, o número de crianças entre 5 e 9 anos que estão acima do dobrou, chegando aos quase 35%. Mais preocupante ainda é a estimativa de que a cada 100 mil casos de diabetes no país, oito irão corresponder à jovens menores de 20 anos. “A criança não se torna diabética de repente, na verdade, é um processo que costuma ser bastante longo. Por isso não devemos esperar a criança ter os sintomas clássicos, que são urinar muito, beber muita água e perder peso. Quando esses sinais aparecem é porque o caso já é extremo“, afirma o pediatra endocrinologista Ricardo Fernando Arrais, em entrevista para o portal Uol.